7 fatos sobre a psicologia que você acredita (que na verdade não passam de mitos)
Todos os dias, programas de televisão, filmes e publicações na internet nos bombardeiam com as alegações relativas a uma série de temas psicológicos: psíquicos, experiências fora do corpo, recuperação de memórias ocultas no cérebro e detecção de mentiras, entre outras.
Mesmo um passeio descontraído através de uma livraria de bairro revela dezenas de livros de auto-ajuda, de relacionamento, de recuperação e de dependência que servem-se de porções generosas de conselhos com o objetivos de orientar nossos caminhos ao longo da estrada rochosa da vida.
No entanto, muitas fontes de psicologia populares estão repletas de equívocos. De fato, no mundo agitado de hoje, a sobrecarga de informação e desinformação sobre a psicologia é generalizada. Gurus de auto-ajuda, talk shows de televisão e pessoas que acham que são especialistas em saúde mental dão conselhos rotineiramente errôneos.
Conheça a seguir os maiores mitos da psicologia popular:
Nós só usamos 10% do nosso cérebro
O mito dos 10% é um dos truísmos esperançosos que se recusa a morrer, pois seria muito bom se fosse verdade. Em um estudo sobre a percentagem do uso potencial do cérebro humano revelou que 10% dos psicólogos especialistas acreditam nesse mito. A indústria da “psicologia pop” tem desempenhado um grande papel em manter este mito vivo.
Há várias razões para duvidar de que 90% do nosso cérebro fica desativado. Nosso cérebro consome mais de 20% do oxigênio que respiramos. É improvável que a evolução teria permitido o desperdício de recursos tão maciçamente. Além disso, perder muito menos do que 90% do cérebro em um acidente ou doença quase sempre tem consequências catastróficas. Da mesma forma, a estimulação elétrica de áreas do cérebro durante neurocirurgias não conseguiu descobrir nenhuma “área silenciosa”.
Como o mito de 10% começou? Uma pista nos leva de volta cerca ao século 20 quando o psicólogo William James escreveu que duvidava que as pessoas conseguissem usar mais de 10% do seu potencial intelectual. Embora James falasse em termos de potencial subdesenvolvido, uma série de gurus transformou isso em “10% da nossa capacidade cerebral”.
É melhor expressar raiva do que guardá-la
Se você é como a maioria das pessoas, você acredita que liberar a raiva que está dentro de você é mais saudável do que guardar ela dentro de você. Em uma pesquisa, 66% dos estudantes concordaram com esse mito da expressão da raiva reprimida, um suposto meio eficaz de reduzir o risco de se tornar uma pessoa violenta.
No entanto, mais de 40 anos de pesquisa revelaram que expressar a raiva diretamente para outra pessoa ou indiretamente para um objeto não adianta e pode deixar uma pessoa mais violenta.
Porque é que este mito é tão popular? As pessoas costumam atribuir erroneamente o fato de que elas se sentem melhor depois de expressar a raiva de catarse, ao invés de analisar o fato de que a raiva geralmente desaparece por si só após algum tempo.
A baixa auto-estima é uma das principais causas de problemas psicológicos
Muitos psicólogos populares têm afirmado por muito tempo que a baixa auto-estima é a culpada principal na geração de comportamentos prejudiciais à saúde, incluindo a violência, depressão, ansiedade e alcoolismo. Entretanto, a baixa auto-estima não está fortemente associada com a má saúde mental.
Roy Baumeister analisou mais de 15.000 estudos ligando a auto-estima a essas variáveis psicológicas. Ele descobriu que a auto-estima é minimamente relacionada ao sucesso interpessoal, e não consistentemente relacionado ao álcool ou drogas.
A memória humana funciona como uma câmera de vídeo
Apesar das falhas, as pesquisas mostram que muitas pessoas acreditam que suas memórias operam muito bem, assim como gravadores de fita de vídeo. Cerca de 36% das pessoas acreditam que seus cérebros preservam os registros perfeitos de tudo o que já experimentaram. Em uma pesquisa com alunos de graduação, 27% concordaram que a memória funciona como um gravador. Mesmo a maioria dos psicoterapeutas concordam que as memórias são fixas.
Nossas memórias “murcham” ao longo do tempo e são propensas a distorções. Hoje, há um amplo consenso entre os psicólogos que a memória não é reprodutiva – que não duplica exatamente o que temos experimentado – mas recontrói. O que nós lembramos é geralmente uma mistura borrada de recordações precisas e imprecisas.
A hipnose é um estado único de transe
Filmes populares e livros retratam o estado de transe hipnótico como tão poderoso que, as pessoas faariam qualquer coisa se fossem hipnotizadas. A verdade é que pessoas hipnotizadas podem resistir e até se opor a sugestões hipnóticas. Além disso, a hipnose não tem qualquer semelhança com dormir: estudos de ondas cerebrais revelam que as pessoas hipnotizadas estão bem acordado.
O teste de polígrafo é muito preciso de detectar mentiras
Você já contou uma mentira? Se você respondeu “não”, você está mentindo. Os estudantes universitários admitem mentir em cerca de uma em cada três interações sociais e pessoas da comunidade geralmente em uma em cada cinco interações. Investigadores têm procurado por muito tempo os meios infalíveis para detectar mentiras.
Na década de 1920, o psicólogo William Moulton Marston inventou o primeiro polígrafo ou o chamado teste do “detector de mentiras”, que media a pressão arterial sistólica para detectar uma mentira. Polígrafos podem emitir falsos positivos.
Os opostos se atraem
A noção de que “os opostos se atraem” é uma parte normal da nossa paisagem cultural. Filmes, novelas e seriados de TV fazem sucesso com histórias de opostos que se apaixonam. Quando se trata de relações interpessoais, os opostos não se atraem. Dezenas de estudos demonstram que as pessoas com traços de personalidade semelhantes são mais propensas a se atraírem.
FONTE(S) Cracked