30
jun
2015

6 estranhos desastres naturais que já atingiram a Terra

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Todos nós conhecemos o poder da natureza – terremotos mortais, furacões e outros desastres naturais que podem mudar o mundo, sempre nos lembram do quanto somos impotentes e frágeis. Contudo, como se não bastasse todos os problemas que já conhecemos, vez por outra ocorre um evento diferente, geralmente catastrófico para a humanidade. A partir de uma erupção vulcânica que causou uma mudança no clima do planeta à uma misteriosa explosão na Sibéria, conheça as histórias por trás de seis estranhos fenômenos naturais.

1. 1816: O ano que não teve verão
Em abril de 1815, o Monte Tambora, na Indonésia, explodiu em uma das mais poderosas erupções vulcânicas registradas na história. A explosão matou dezenas de milhares de pessoas no sudeste da Ásia e arremessou uma gigantesca nuvem de cinzas para a estratosfera. As cinzas se espalharam por todo o globo, bloqueando os raios do sol e baixando as temperaturas em cerca de três graus, o que causou distorções climáticas em uma escala épica no ano seguinte.

Na Índia, as secas e inundações induzidas pela erupção do Tambora, mudaram a ecologia da Baía de Bengala e ajudaram a dar origem a uma nova cepa de cólera que fez milhões de vítimas. Na Europa, chuvas e frio persistentes levaram à fome e à agitação civil generalizada. Nos Estados Unidos, fortes nevascas caíram em alguns estados, destruindo colheitas e desencadeando uma crise econômica. Na Nova Inglaterra, o ano de 1816 ficou conhecido como o “ano sem verão”.

As mudanças no clima tiveram alguns efeitos colaterais incomuns. Alguns historiadores associam o alto preço da ração para cavalos na Europa com a inspiração do inventor alemão Karl Drais para construir a versão inicial da bicicleta. Na Suíça, por sua vez, o clima sombrio e a chuva constante de 1816 forçaram Mary Shelley a passar o verão dentro de casa. Ela entreteve-se escrevendo o famoso romance de horror “Frankenstein”.

2. O Evento Carrington de 1859
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Erupções solares são explosões na superfície do Sol causadas por mudanças repentinas no seu campo magnético. A atividade na superfície solar pode causar altos níveis de radiação no espaço sideral. Esta radiação pode vir como partículas (plasma) ou radiação eletromagnética (luz).

As explosões resultantes são equivalentes à força de milhões de bombas de hidrogênio e os ventos solares que elas criam tem a capacidade de causar estragos na atmosfera da Terra. Isso foi precisamente o que aconteceu no final de agosto e início de setembro de 1859, quando o planeta foi bombardeado pela maior tempestade solar já registrada. O chamado “Evento Carrington”, assim batizado pelo astrônomo britânico Richard Carrington, fez os céus brilharem com cintilantes e multi-coloridas auroras tão ao sul quanto o Havaí. No Colorado, a luz era tão brilhante que uma testemunha relatou que as pessoas “podiam facilmente ler na rua à noite.”

O espetáculo de luz pode ter sido bonito, mas as perturbações geomagnéticas que vieram com ele derrubaram os sistemas de telégrafo ao redor do globo. Faíscas dispararam de algumas máquinas de telégrafo, começando incêndios e dando em seus operadores dolorosos choques. A atmosfera estava tão carregada com eletricidade, que em alguns lugares os técnicos descobriram que podiam desligar as baterias do telégrafo e ainda transmitir mensagens. A “Tempestade Solar de 1859” passou depois de alguns dias, mas os cientistas afirmam que, se um evento semelhante ocorresse hoje, ele causaria um colapso nas telecomunicações, gerando trilhões de dólares em prejuízos.

3. 1874: “ O ano do gafanhoto”
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Pragas de gafanhotos que destruíam as colheitas eram uma ocorrência comum na fronteira oeste dos Estados Unidos, no final do século 19, mas a maioria desses ataques não foi nada em comparação ao que desceu sobre as Grandes Planícies, no verão de 1874. A primavera árida e seca havia criado as condições perfeitas para os gafanhotos das Montanhas Rochosas colocarem seus ovos em grande número.

Mais tarde, trilhões deles sitiaram Nebraska, Kansas, Dakota, Iowa e vários outros estados. Testemunhas relataram que os gafanhotos chegaram rugindo em nuvens tão espessas que bloqueavam a luz do sol durante várias horas. Após pousarem, eles devoravam campos inteiros de todas as culturas, a vegetação local e até mesmo as roupas das pessoas. “O ar está literalmente vivo com eles”, escreveu o New York Times. “Eles se batem contra as casas, pululam pelas janelas, cobrem os trens que estão passando. Eles trabalham como se tivessem sido enviados para nos destruir.”

As pessoas tentaram queimar os insetos com fogo e explodi-los com pólvora, mas se viram impotentes para lutar contra um enxame tão grande. Milhões de dólares foram perdidos em colheitas devoradas pela praga, no que ficou conhecido como “o ano do gafanhoto.” O Exército foi chamado para distribuir suprimentos para as vítimas, mas muitos colonos simplesmente admitiram a derrota e retiraram-se para o leste. Pragas similares continuaram a perseguir os colonos durante os próximos anos. Elas só pararam no início do século 20, quando novas mudanças ambientais causaram a extinção dos gafanhotos das Montanhas Rochosas.

4. O véu de poeira do sexto século

Em meados do século sexto, uma nuvem de areia e pó de repente desceu sobre grande parte do globo, obscurecendo o sol e baixando as temperaturas, causando frio por vários anos. O longo inverno que se seguiu trouxe a seca, más colheitas e a fome em todo o mundo. Alguns estudiosos especulam que ele também desempenhou um papel no desencadeamento do primeiro surto conhecido da peste bubônica na Europa.

Apesar dos seus efeitos generalizados, os cientistas ainda não estão inteiramente certos sobre o que causou o esfriamento global no sexto século. Uma teoria é que uma grande erupção vulcânica expeliu poeira na atmosfera superior e bloqueou os raios do sol.

Estudos de amostras do núcleo de gelo, retiradas na Groenlândia e na Antártida, apontam grandes concentrações de sulfatos liberados pelos vulcões, também há evidência de que pode ter havido uma grande erupção em El Salvador na época. Outros pesquisadores apontam para um impacto causado por um cometa como o culpado mais provável. O cometa Halley passou pela Terra em 530, sendo possível que uma parte dele tenha se separado e colidindo com a terra, causando uma gigantesca nuvem de detritos no momento do impacto.

5. O nevoeiro mortal de 1952
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Nem todos os desastres naturais são totalmente naturais. Em dezembro de 1952, a poluição jogada no ar atmosfera pelo homem, parou sobre Londres, formando uma massa de fumaça e fuligem que permaneceu por quatro dias sobre a cidade, causando enormes estragos na qualidade do ar. O miasma mortal foi o resultado de um sistema de alta pressão que criou as condições necessárias para o desastre. Ao invés de dispersar-se na atmosfera, como de costume, as nuvens de fumaça resultantes da queima de carvão e a poluição das fábricas reunidas sobre a cidade permaneceram imóveis.

A fumaça reduziu a visibilidade em alguns lugares para quase zero. O gado caiu morto por asfixia nas pastagens e dezenas de londrinos foram acometidos de bronquite, pneumonia e outros problemas respiratórios. Muitas crianças e idosos morreram, tendo seus pulmões devastados por inflamações.

Cerca de 4.000 pessoas morreram até finalmente o nevoeiro mortal sumir, e milhares mais podem ter morrido nas semanas e meses que se seguiram. Alertado pelo desastre, o governo britânico instituiu a Lei do Ar Limpo de 1956, que deu aos cidadãos subsídios para usarem combustíveis mais limpos e proibiu a queima de carvão em certas áreas.

6. O evento de Tunguska
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Pouco depois das sete horas em 30 de junho de 1908, uma luz ofuscante riscou os céus da Sibéria e explodiu sobre uma área próxima ao rio Podkamennaya Tunguska. A onda de choque que se seguiu teve a força de cinco a 10 megatons de TNT, centenas de vezes mais poderosa do que a bomba atômica jogada anos mais tarde sobre Hiroshima. A explosão devastou quase 500.000 hectares de floresta e foi sentida a mais de 40 milhas de distância.

Surpreendentemente, ninguém morreu no evento, mas seus efeitos foram sentidos em todo o globo. Dispositivos atmosféricos e sísmicos o registraram em lugares tão distantes como a Inglaterra, e nas noites seguintes, o céu ficou tão brilhante que as pessoas na Ásia podiam ler os jornais ao ar livre. Especialistas suspeitam de uma queda de meteoro, entretanto, uma expedição russa que chegou ao remoto local da explosão em 1927, não encontrou nenhum sinal de uma cratera de impacto.

Apesar da falta de provas definitivas, a maioria dos cientistas sustenta que o “evento de Tunguska” foi o resultado de um impacto de uma rocha espacial. Uma possibilidade é que ele tenha sido causado por um cometa de gelo que evaporou no momento do impacto, deixando pouca evidência de si mesmo para trás. Ainda mais provável é a teoria de que um meteoro em torno de 65 a 100 pés de diâmetro tenha explodido na atmosfera superior e se fragmentado em pedaços minúsculos. Testemunhas relataram ter supostamente ouvido “um barulho como pedras caindo do céu”, após a explosão inicial, e amostras da vegetação decomposta de Tunguska incluem altos depósitos de níquel, ferro e outras substâncias comumente encontradas em locais de impacto de meteoros.

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